sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Estudo tem como objetivo entender efeitos da perda de massa muscular e dos ossos em longos períodos no espaço

Passar 70 dias deitado numa cama, podendo navegar na internet, assistir TV, jogar videogames e ainda receber US$ 18 mil (cerca de R$ 40 mil) por isso. Parece o emprego dos sonhos de um preguiçoso, mas é o que a Nasa está oferecendo para voluntários em um estudo que pretende ajudar a entender a perda de massa muscular e dos ossos que os astronautas sofrem ao passarem longos períodos no espaço.

Livre da gravidade da Terra, o corpo humano passa por várias alterações fisiológicas, como encolhimento dos músculos, mudanças na circulação sanguínea, no sistema imunológico e queda na densidade dos ossos. Além disso, não é preciso muito esforço para se locomover. Como resultado destes e outros fatores, os astronautas acabam enfraquecidos após as viagens espaciais.

Mas enquanto isso não é um grande problema para os astronautas ao voltarem para a Terra de suas temporadas Estação Espacial Internacional (ISS), já que aqui podem contar com a ajuda das equipes de solo, o mesmo não valerá, por exemplo, para Marte, planeta ao qual a agência espacial americana pretende enviar uma missão tripulada na década de 2030. Após meses de viagem, os astronautas chegarão lá e terão que se virar sozinhos, o que pode ser um problema se estiverem muito fracos e com os ossos mais frágeis, mesmo diante do fato de a gravidade marciana ser cerca de um terço da terrestre.

A ideia da Nasa é criar uma rotina de exercícios e atividades que minimizem as perdas de massa óssea e muscular dos astronautas. Assim, os voluntários do estudo primeiro passarão por um período de adaptação. Divididos em dois grupos, eles poderão caminhar livremente pelo laboratório a agência e ter atividades normais durante 13 dias para um dos grupos e 21 dias para o outro.

Após essa fase, os integrantes de ambos grupos terão que deitar em uma cama levemente inclinada na direção de sua cabeça para simular os efeitos da microgravidade, de onde não poderão se levantar por 70 dias. A diferença é que os voluntários do segundo grupo terão uma rotina de exercícios de resistência e aeróbicos que poderão fazer em aparelhos especiais enquanto permanecem deitados.

Por fim, haverá um período de recuperação, em que todos estarão livres para se movimentar novamente pelo laboratório, em que os integrantes de ambos grupos do estudo serão submetidos a avaliações de movimentos que os astronautas teriam que fazer rotineiramente ao chegar à superfície de outro planeta, como entrar e sair de uma cápsula e um veículo e mover grandes objetos por pequenas distâncias. Assim, a Nasa espera avaliar o quanto a rotina de exercícios ajudou a proteger a capacidade física dos voluntários.

Fonte: Jornal da Ciência.

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